Dr. Leonard Verea explica, no entanto, que as empresas não devem ficar com toda a carga de responsabilidade pela doença
Um recente estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que a Depressão será a maior causa de afastamento do trabalho no mundo, até 2020. Estima-se que o impacto financeiro provocado por essa doença deve ser de aproximadamente US$ 1 trilhão por ano.
No Brasil os números são mais do que alarmantes: cerca de 5,8% da população sofre com a depressão, tornando o país o campeão de casos da doença na América Latina. Segundo o Anuário do Sistema Público de Empregos e Renda do Dieese, entre 2005 e 2015, 181.608 pessoas se afastaram por causa do problema de saúde.
Só em 2016, os pedidos de afastamento chegaram a 75,3 mil em território nacional, o que corresponde a 37,8% de todas as licenças-médicas apresentadas no período. No mundo, cerca de 322 milhões de pessoas têm depressão.
A depressão é hoje considerada uma doença, e se instala lentamente, de maneira que as pessoas não se dão conta do problema. Uma das formas mais comuns da depressão é a causada pelo estresse crônico, principalmente nos ambientes de trabalho.
Ações preventivas têm sido cada vez mais necessárias nas empresas, a fim de que os colaboradores possam ter cada vez mais qualidade de vida, dentro e fora do ambiente corporativo.
Contudo, a causa da doença nem sempre é o espaço de trabalho ou as condições ofertadas pela empresa. “Nos dias de hoje, em que a pressão em todos os campos da vida é alta e constante, fatores diversos colaboram para o desenvolvimento de um quadro depressivo”, lembra Verea, diretor da Unicap Saúde.
O médico, que presta consultoria técnica-jurídica especializada para diversas empresas, ainda explica que muitos processos trabalhistas envolvendo doenças como a depressão pouco tem relação com o ambiente corporativo. “A correria do dia a dia, problemas familiares, por exemplo, colaboram para o desenvolvimento de um quadro depressivo que às vezes é atribuído apenas ao trabalho”, aponta.
ÚLTIMOS COMENTÁRIOS